Muitas vezes, somos levados a admirar e nos espelhar nos melhores executores, aqueles que alcançaram resultados extraordinários, e os tomamos como referência para nossas próprias atitudes. É inegável que resultados destacam pessoas e as qualificam como modelos de sucesso, mas devemos refletir se esse é o único fator determinante. Nem sempre os maiores executores se tornam os melhores mentores ou treinadores.

Tomemos Pelé e Maradona como exemplo: dois dos maiores jogadores da história, com carreiras repletas de conquistas, mas que, ao saírem dos campos, não se destacaram como treinadores. Isso não significa que lhes faltava potencial para o ensino, mas talvez não fosse essa a área onde escolheram brilhar. A verdadeira questão é que o ensino é um dom, algo que arde no coração de algumas pessoas, permitindo-lhes transmitir seu conhecimento de forma empática e eficaz.

Esses mestres naturais, que nascem com a capacidade de ensinar, muitas vezes não foram os maiores executores, mas conseguem que seus alunos atinjam resultados superiores em comparação àqueles que se espelham apenas em grandes figuras de sucesso. Um bom mentor é aquele cujos alunos prosperam, atingem seus objetivos e se destacam. Assim, o verdadeiro valor de um mestre pode ser medido não por suas próprias conquistas, mas pelos resultados que seus mentorados alcançam.

Afinal, podemos encontrar mestres com vidas prósperas e cheias de realizações pessoais, mas que não conseguem transmitir esse sucesso aos seus alunos. Por outro lado, há mentores cujas próprias conquistas podem parecer modestas, mas que têm o poder de transformar a vida de seus alunos e guiá-los rumo ao sucesso. Portanto, muitas vezes, o verdadeiro grande mestre é aquele que se reflete nos resultados dos seus alunos, e não em suas próprias execuções.

Para finalizar, deixo uma lição que carrego comigo, ensinada por minha querida e saudosa madrinha, Professora Yza Fava de Oliveira: “O que faz a escola é o aluno, e não o professor.”